sexta-feira, 16 de agosto de 2013

VAMOS TOMAR BANHO?

Dicas para ajudar na hora do banho do seu filho(a) com autismo:

Como que é a hora de tomar banho?? 

Se a resposta foi negativa, pretendo colocar um pouco do que já utilizei para ajudar este momento que tanto queremos que nossos pequenos conquistem autonomia.

Investigue o porque seu filho(a) com autismo não gostam do banho, algumas questões:

- ele não quer parar algo que está fazendo?
- dificuldade sensorial (investigue a temperatura);
- observe se ele prefere tomar banho na banheira ou em pé no chuveiro.

QUE TAL TORNAR O BANHO DIVERTIDO?

- o que pode ser motivador para seu filho(a) ir para o banho;
- RESERVE TEMPO, para que não seja desesperador este momento, se tiver um compromisso ás 13, comece o processo 2 horas antes, assim terá bastante tempo para se divertir sem preocupação, aos poucos este tempo irá diminuir, pode acreditar;
- coloque na rotina diária o momento do banho, uma foto da criança


-  você pode levar um personagem para tomar banho antes e fazer um show;
- coloque um maiô e mãos a obra, mamãe entra no banho;
- leve alguns objetos divertidos e se possível o interesse da sua criança, hoje em dia existem bastante brinquedos para o momento do banho. Você pode até montar uma prateleira no banheiro com objetos de interesse de sua criança, um saquinho como este abaixo para organizar ou um baldinho;

- esponjas divertidas, macia, áspera;


-Luvas de personagens;
- Desenhar na hora do banho, pode ser super legal,  utilizo até para pintar a parte do corpo da criança e exagerar na hora de dizer : "sujouuuuuu, vamos lavar sua mãooooo mãooo mãooo", ou pode-se desenhar a parte do corpo no box ou azulejo que a criança terá que lavar, entre outros;


- livro , existem muitos livros hoje em dia para a hora do banho de plástico;


- Música, isso mesmo... leve música para o banho;


- Passos para o banho;



- celebre qualquer participação do seu filho(a), qualquer, até mesmo olhar para o seu show antes;
- se naquele momento não deu certo, pense se este banho possa ser adiado para outro horário, onde possa tentar novamente com mais tempo e calma; 
- Não espere seu filho(a) ficar irritado(a), não precisa fazer tudo de uma vez, lave o principal e celebre muito a criança;
- busque não usar palavras negativas, acredite , ele vai conseguir, seja persistente;
- dê o modelo, faça em você e depois peça que faça o mesmo.

PARA SAIR DO BANHO:

- Sempre avise com antecedência quanto tempo falta para acabar o banho;
- Use um marcador visual, relógio, timer que faz um barulho informando que terminou o banho;



Gostaria que se pudessem colocassem depoimentos do que já tentaram e deram certo neste momento, para que possamos compartilhar com todos. 
Beijos.

Boa diversão!





sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Método de comunicação HANEN

Eu estava lendo o depoimento de uma mãe que conseguiu que seu filho com autismo saísse do espectro e uma das profissionais que trabalharam é especialista neste método. Achei o blog desta mãe falando do Hanen e achei muito fácil a leitura http://maria-umserespecial.blogspot.com.br/2012/09/metodo-hanen.html, acho que são dicas valiosas e quis compartilhar. 



MÉTODO HANEN


O método Hanen foi criado em 1977 por Ayala Manolson, terapeuta da fala canadense. É dirigido a pais cujos filhos sejam portadores de retardo de linguagem de qualquer etiologia e consiste em ensinar os pais a estimular a comunicação dos filhos. É claro que nós pais já adoptamos as nossas próprias estratégias contudo este método permite utilizar tudo o que fazemos ao longo dia como um meio para suscitar a comunicação de uma forma mais consistente e eficaz. 

Resumo de algumas dicas do curso Hanen

- Coloque objetos ou os alimentos que gosta `a sua vista mas onde ela não alcance.

- Use brinquedos que ela não sabe acionar. Ela terá que pedir ajuda.

- Quando ela estiver correndo ponha-se na frente dela impedindo a sua
passagem assim ela deverá se manifestar.

- Faça coisas inesperadas . Coloque seu sapato nele, a meia na mão, a
bolacha no copo, o leite no prato.

- Faça com que a criança repita com outras pessoas as brincadeiras que ela costuma fazer com você.

- Finja que não sabe onde estão as coisas.

- Finja que algo está quebrado (chave, torneira, etc.)

- Quando estiverem montando um quebra - cabeças dê todas as peças menos uma para que ela tenha que pedir a última.

- Na brincadeira de esconde esconde vá descrevendo os lugares ex.: Luiz não está no quarto.

- Mostre sempre as coisas que ela não goste primeiro para que ela diga não.

- Sempre dê opções diferentes - Você quer a bola grande ou pequena ?

- Envolva a criança na rotina do lar.

- Envolva a criança no preparo do lanche.

- Use o elemento surpresa - Uma foto sua no meio de um livro, o ursinho dele pendurado no varal.

- Para facilitar a resposta diga: - Eu quero suco, e você o que quer ?

- Em vez de dizer : Por que você está chorando? diga: Você está chorando. Você está brava ?

- Faça um caderno de comunicação com a escola.

- Faça um diário com figuras para que vocês possam conversar sobre coisas que já aconteceram.

- Não tenha preguiça de entrar no faz de conta. Introduza-se na brincadeira.

- Exagere sua voz. Use palavras engraçadas. Fale grosso. Fale fino.

- Repita o que a sua criança diz de forma correta.

- Mantenha seus olhos na altura dos olhos da criança.

- Comente o que se passa em volta.

- Coloque etiquetas nos objetos.

- Façam juntos listas de supermercado.

- Mostre mapas ao seu filho.

- Quando fizer uma pergunta espere pelo menos de 15 a 30 segundos pela resposta.

Segundo a terapeuta A. em Portugal poucos terapeutas trabalham com este método mas já existem projectos para se realizar o curso.

Para os pais de crianças com atraso de linguagem, o método Hanen disponibiliza o programa It Takes Two to Talk ®. Num confortável ambiente de grupo, pequeno, aprendem-se estratégias práticas para a construção das habilidades de linguagem da criança de uma forma natural e no dia a dia. São feitas também sessões individuais com os pais e crianças. 

Um bom guia para ajudar a desenvolver a comunicação  é o livro Mais do que palavras  cujo download pode ser feito aqui: http://omundodepeu.blogspot.pt/2009/07/ebook-autismo.html. 

Posso dizer que já aprendi muitas coisas com ele. Apesar de ser direccionado para pais de crianças com autismo, muitas dicas são perfeitamente aplicáveis a todas as crianças com atraso no desenvolvimento da linguagem.

Poderão recolher mais informação no site do Hanen Centre: http://www.hanen.org/Home.aspx

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Uso do Sanitário - Como ajudar o cuidador(a) a ajudar a criança com autismo neste processo.

Uso do Sanitário:

Esta é uma das questões mais comuns que chegam aos profissionais e sem dúvida é uma questão difícil de responder "meu filho irá aprender a usar o banheiro?", após receber o diagnóstico do filho(a).

Minha resposta sempre será:

- Seu filho(a) pode superar qualquer um dos desafios colocados para ele e vamos ao trabalho.


O treinamento do controle das necessidades fisiológicas é um passo importante em direção à autonomia e ao autocontrole, segundo Erikson (1950).

O melhor momento quem vai decidir é o cuidador. Como não sabemos quanto tempo teremos que realizar este processo, podemos escolher começar no Verão... lembrando que pode ser que dure mais de um verão , mais de uma primavera, para que sua criança possa deixar a fralda por completo ou não.

Torne este momento divertido!!! e mãos a obra!!


Você pode escolher começar com o pinico ou ir direto para o uso do sanitário, pode utilizar adaptadores divertidos coloridos e macio. Transmita segurança para a criança.

Dicas:

  • Deixe sua criança sem fralda e observe como ela fica quando acontece o real acidente na roupa;
  • Esteja pronta para lavar muitas e muitas roupas de baixo;
  • Se sua criança não se incomodar com o molhado, aguarde um pouco, 5 minutos acredito ser suficiente e convide-a para trocar de roupa, aproveite este momento para começar o show;
  • Mostre ao seu filho onde que ele pode fazer o xixi e / ou cocô, visto que agora não tem mais fralda;
  • Anote em um diário ou agenda , os horários do xixi e cocô, assim você saberá o intervalo que demora entre um e outro episódio e poderá se precaver;
  • Nunca brigue com a criança porque não conseguiu ir ao banheiro ou usar o penico;
  • Leve objetos de interesse da criança para se distrair enquanto usa o banheiro, pode ser: livro, Ipad, bolinhas, etc;
  •  Modele para a criança como usar o banheiro, se for menino o papai pode ajudar;
  •  Encene para sua criança usando fantoches, bonecos indo ao banheiro;
  • No meio do dia você ficou apertada e anuncia para sua criança que vai ao banheiro, combine com outros membros da casa;
  • Torne o banheiro divertido, cole adesivos na privada dos personagens favoritos;
  • Celebre todas as tentativas do seu filho, se ele olhar pro banheiro celebre, se ele entrar no banheiro celebre, se ele tocar na privada celebre e se escapar mesmo que esteja no banheiro, diga que esta tudo bem e que da próxima vez ele vai conseguir...
  • Faça a maior festa do mundo quando seu filho(a) conseguir... claro , faça a festa que ele permitir, se ele não gostar de gritos, faça uma festa animada em silêncio;
  • Utilize recursos visuais para ajudar na sequencia do uso do banheiro;
  • Nunca force a criança, aguarde o momento certo;
  • Corra com o penico pela casa e celebre se ele fizer xixi com o penico na sua mão.
Espero que as dicas tenham sido úteis neste processo tão importante.

Abaixo exemplos de recursos visuais para colar no banheiro e pela casa.















Maiores dúvidas podem me escrever. Abraços. 
Sabrina
Obs: Estas foram dicas para desfraldar durante o dia. 

Quebra-Cabeça econômico

Muita das vezes temos que improvisar... precisava de um quebra-cabeça do Pato, pode ser feito diversos.

Só imprimi a foto, pintei, recortei e passei uma fita adesiva para plastificar.



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

ESCOLA - 10 coisas que o aluno com autismo gostaria que a professora e comunidade escolar soubessem.

Experiência na Escola:

Em uma escola pequena ou grande, o maior desafio dos acompanhantes terapêuticos é dar conta do paciente e da comunidade escolar. Em um momento de dificuldade uma mãe J. me ajudou muito,  entregando este texto e distribuindo para os professores e funcionários da escola. Um simples gesto ajudou muito na rotina de ambos, pois não recebemos mais olhares com pré-julgamentos, presenciamos aceitação, amor, carinho e compreensão.
Os comportamentos da criança com autismo eram vistos como birra, criança mal educada e mimada, é nosso dever disseminar nosso conhecimento e quebrar este paradigma. 

Obs: Acredito que também pode ser distribuído para parentes e familiares. Acredito que a leitura possa ser uma grande facilitadora neste processo terapêutico, textos curtos e que possam ser impressos e levados conosco no dia-a-dia. 

Sabrina Gomes - apreciem a leitura! bjs


O Aluno com Autismo: Dez coisas que todo aluno com autismo gostaria que a professora soubesse

1. Comportamento é comunicação
Todo comportamento acontece por uma razão. Ele conta para você, mesmo quando as minhas palavras não podem faze-lo, como eu percebo o que está acontecendo ao meu redor. Comportamento negativo interfere no meu processo de aprendizagem. Entretanto, simplesmente interromper esses comportamentos não é suficiente; ensine-me a trocá-los por alternativas adequadas de modo que a aprendizagem real possa fluir.
Comece por acreditar nisto: eu verdadeiramente quero aprender a interagir de forma apropriada. Nenhuma criança quer receber uma bronca por comportamento negativo. Esse comportamento geralmente quer dizer que eu estou atrapalhado com sistemas sensoriais desorganizados, não posso comunicar meus desejos ou necessidades ou não entendo o que se espera de mim. Olhe além do meu comportamento para encontrar a fonte da minha resistência. Anote o que aconteceu antes do comportamento: as pessoas envolvidas, hora do dia, ambiente. Um padrão emerge depois de um período de tempo.
2. Nunca presuma nada
Sem apoio de fatos uma suposição é apenas uma suposição. Posso não saber ou não entender as regras. Posso ter ouvido as instruções mas não ter entendido. Talvez eu soubesse ontem mas não consigo me lembrar hoje. Pergunte a si mesmo:
Você tem certeza que eu realmente sei como fazer o que você está me pedindo? Se de repente eu preciso correr para o banheiro cada vez que preciso fazer uma folha de matemática, talvez eu não saiba como fazer ou tema que meu esforço não seja o suficiente. Fique comigo durante repetições suficientes da tarefa até que eu me sinta competente. Eu posso precisar de mais prática para dominar as tarefas que outras crianças.
Você tem certeza que eu realmente conheço as regras? Eu entendo a razão para a regra (segurança, economia, saúde)? Estou quebrando a regra porque há uma causa? Talvez eu tenha pego um pedaço do meu lanche antes da hora porque eu estava preocupado em terminar meu projeto de ciências, não tomei o café da manhã e agora estou morto de fome.

3. Procure primeiro por problemas sensoriais

Muitos de meus comportamentos de resistência vêm de desconforto sensorial. Um exemplo é luz fluorescente, que foi demonstrado muitas vezes ser um problema para crianças como eu. O som que ela produz é muito perturbador para minha audição supersensível e o piscar da luz pode distorcer minha percepção visual, fazendo com os objetos pareçam estar se movimentando. Uma luz incandescente ou as novas luzes econômicas na minha carteira vai reduzir o piscar. Ou talvez eu precise sentar mais perto de você; não entendo o que você está dizendo porque há muitos sons “entre nós” – o cortador de grama lá fora, a Maria conversando com a Lurdes, cadeiras arrastadas, o som do apontador.
Peça à terapeuta ocupacional da escola para dar algumas idéias sensoriais que sejam boas para todas as crianças, não só para mim.
4. Dê um intervalo para auto regulação antes que eu precise dele
Um canto quieto com carpete, algumas almofadas livros e fones de ouvido me dão um lugar para me afastar quando preciso me reorganizar sem ser distante demais que eu não possa voltar para o fluxo de atividades da classe de forma tranqüila.
5. Diga o que você quer que eu faça de forma positiva ao invés de imperativa
“Você deixou uma bagunça na pia!” é apenas a afirmação de um fato para mim. Não sou capaz de concluir que o que você realmente quer dizer é: “por favor lave a sua caneca de tinta e ponha as toalhas de papel no lixo”. Não me faça adivinhar ou ter de descobrir o que eu devo fazer.
6. Tenha uma expectativa razoável
Uma reunião de todas as crianças no ginásio de esportes e alguém falando sobre a venda de balas é desconfortável e sem significado para mim. Talvez fosse melhor eu ir ajudar a secretária a grampear o jornalzinho.
7. Ajude-me a fazer a transição entre atividades
Leva um pouco mais de tempo para eu fazer o planejamento motor de ir de uma atividade para outra. Dê-me um aviso de que faltam cinco minutos, depois dois, antes de mudar de atividade – e inclua alguns minutos extra no final para compensar. Um relógio, com o mostrador simples ou um “timer” na minha carteira pode me dar uma dica visual sobre o tempo para a próxima mudança e me ajudar a lidar com o tempo mais independentemente.
8. Não torne pior uma situação ruim
Sei que embora você seja um adulto maduro às vezes você pode tomar decisões ruins no calor do momento. Eu realmente não tenho a intenção de ter uma crise, mostrar raiva ou atrapalhar a classe de qualquer outra forma. Você pode me ajudar a encerrar mais rapidamente não respondendo com um comportamento inflamatório. Conscientize-se de que estes comportamentos prolongam ao invés de resolver a crise:
Aumentar o volume ou tom de voz. Eu escuto os gritos mas não as palavras.
Imitar ou caçoar de mim. Sarcasmo, insultos ou apelidos não me deixam sem graça e não mudam meu comportamento.
Fazer acusações sem provas.
Adotar uma medida diferente da dos outros.
Comparar com um irmão ou outro aluno.
Lembrar episódios prévios ou não relacionados.
Colocar-me em uma categoria (“crianças como você são todas iguais)”.

9. Critique gentilmente
Seja honesta – você gosta de aceitar crítica construtiva? A maturidade e auto confiança de ser capaz de fazer isso pode estar muito distante das minhas habilidades atuais. Você não deveria me corrigir nunca? Lógico que sim. Mas faça-o gentilmente, de modo que eu realmente consiga ouvir você.
Por favor! Nunca, nunca imponha correções ou disciplina quando estou bravo, frustrado, super-estimulado, ansioso, “ausente” ou de qualquer outra forma que me incapacite a interagir com você.
Lembre-se que vou reagir mais à qualidade de sua voz do que às palavras. Vou ouvir a gritaria e o aborrecimento, mas não vou entender as palavras e consequentemente não conseguirei descobrir o que fiz de errado. Fale em tom baixo e abaixe-se para falar comigo, de modo que esteja falando comigo no mesmo nível.
Ajude-me a entender o comportamento inadequado de forma que me apóie, me ajude a resolver o problema ao invés de punir ou me dar uma bronca.
Ajude-me a descobrir os sentimentos que despertaram o comportamento. Posso dizer que estava bravo mas talvez estivesse com medo, frustrado, triste ou com ciúmes. Tente descobrir mais que a minha primeira resposta.
Ajuda quando você está modelando comportamento adequado para responder à crítica.

10. Ofereça escolhas reais – e apenas escolhas reais
Não me ofereça uma escolha ou pergunte “você quer…?” a menos que esteja disposto a aceitar não como resposta. “Não” pode ser minha resposta honesta para “Você quer ler em voz alta agora?” ou “ você quer usar a tinta junto com o Pedro?” É difícil confiar em alguém quando as escolhas não são realmente escolhas.
Você aceita com naturalidade o número enorme de escolhas que faz diariamente. Constantemente escolhe uma opção sobre outras sabendo que ter escolhas e ser capaz de escolher lhe dão controle sobre sua vida e futuro. Para mim, escolhas são muito mais limitadas, e é por isso que pode ser difícil ter confiança em mim mesmo. Dar-me escolhas freqüentes me ajuda a me envolver mais ativamente na minha vida diária.
Sempre que possível, ofereça uma escolha dentro do que tenho de fazer. Ao invés de dizer: “escreva seu nome e data no alto da página” diga: você gostaria de escrever primeiro o nome ou a data? Ou “qual você gostaria de escrever primeiro: letras ou números?”. A seguir diga: “você vê como o Paulo está escrevendo o nome no papel?”
Dar escolhas me ajuda a aprender comportamento adequado, mas também preciso entender que há horas em que você não pode escolher. Quando isso acontecer, não ficarei tão frustrado se eu entender o porque:
“não posso deixar você escolher nesta situação porque é perigoso. Você pode se machucar.”
“não posso dar essa escolha porque atrapalharia o Sérgio” (teria um efeito negativo sobre outra criança).
“eu lhe dou muitas escolhas mas desta vez tem de ser a escolha do adulto.”
A última palavra: acredite. Henry Ford disse: “quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo”. Acredite que você pode fazer uma diferença para mim. É preciso acomodação e adaptação mas autismo é um distúrbio não pré fixado. Não há limites superiores inerentes para aquisições. Posso sentir muito mais que posso comunicar e a coisa que mais posso perceber é se você acredita ou não que “eu posso”. Espere mais e você receberá mais. Incentive-me a ser tudo que posso ser, de modo que possa seguir o caminho muito depois de já ter saído de sua classe.
Por Ellen Notbohn traduzido por Heloiza Goodrich

segunda-feira, 29 de julho de 2013

CONTATO VISUAL

ACESSÓRIOS PARA AJUDAR A MELHORAR O CONTATO VISUAL DE PESSOAS COM AUTISMO

Esta é uma habilidade importante que nos seres humanos possuímos para nos comunicar com o outro.
Quando estamos conversando com uma pessoa, uma forma de demonstrar interesse no assunto, além de nossa audição, utilizamos o olhar para manifestar interesse no que esta sendo dito. 



Quando estamos em uma sala de aula, observamos o que o professor diz, demonstrando atenção, podendo favorecer um maior aprendizado, se aquela pessoa tem dificuldade para aprender somente com a atenção auditiva.

O contato visual é uma habilidade essencial para a socialização e processo de aprendizagem de um indivíduo. 

Alguns indivíduos com autismo tem esta habilidade prejudicada, ou seja, tem dificuldades para olhar diretamente nos olhos de outra pessoa. Não necessariamente eles não estão prestando atenção só porque não estão olhando, mas ao se trabalhar esta habilidade desde pequeno, a chance de compreensão e socialização pode aumentar. 

Abaixo tem algumas dicas do que pode ser utilizado para ajudar os pequenos se interessarem a olhar para nós durante as sessões ou momentos com eles.

Chapéus engraçados ou de personagens favoritos




















Perucas

Adesivos, roupas coloridas, óculos engraçados, entre outros.

O importante é se divertir elogiando todos os contatos visuais que seus filhos ou pacientes lhe concederem, todos e quaisquer mínimos olhares, apreciando aquele momento, que para você para parecer comum, mas que para eles te olhar é uma superação. 


Abraços: Sabrina 

sábado, 20 de abril de 2013

Flexibilidade

FLEXIBILIDADE - Contexto familiar e escolar

Um das questões que trabalhamos durante as sessões em psico terapia em crianças com autismo é a habilidade social da Flexibilidade.

Pessoas com autismo, geralmente não lidam muito bem com mudanças em sua rotina.

Alguns casos para exemplificar:

Na saída da escola havia um pipoqueiro, a mãe resolveu comprar um saquinho de pipoca para seu filho com autismo. No dia seguinte, esta criança chorou , chorou, pois queria novamente o saquinho de pipoca e este comportamento de chorar não acabava enquanto a mãe não lhe dava a pipoca. Mesmo explicando para ele que não ia comprar a pipoca, se via em uma situação difícil, devido a crise de choro que nunca acabava e geralmente não é um simples choro.  

Certo dia Maria - nome fictício e seu filho no espectro autista , resolveu fazer um caminho diferente para cortar o trânsito, não foi uma boa escolha, visto que foi motivo para Pedrinho se descontrolar e começar a se bater, chorar e espernear, pedindo para voltar.

Cristina foi ao mercado com seu filho e sempre compravam um doce, neste dia ela se esqueceu de comprar o doce, então Joãozinho chorou muito e dormiu muito mal a noite pois não soube explicar para o mãe o que aconteceu e a mãe não entendeu o motivo do choro.

Geralmente estas cenas também são muito vistas em crianças neuro típicas, mas não com a intensidade e frequência que percebemos em uma crianças dentro do espetro autista.



Podemos ajudar essas crianças tentando ser o mais previsível possível, ou seja, explique tudo para sua criança, dê explicações curtas, longas, utilize recursos visuais (fotos, imagens) antes de tomar qualquer atitude, antecipe o que puder, para evitar que a crianças se descontrole e se caso, mesmo assim acontecer, tente permanecer o mais calmo possível para ajudar sua criança, explique quantas vezes for necessário de diferentes formas e observe que esses comportamentos iram melhorar.

Uma das ferramentas que utilizo para explicar para a criança o que vai acontecer com ela ao longo do dia é o quadro de rotina, nele coloco as informações sobre quem vai ficar com ela, o que vai acontecer e tem ajudado bastante, este é um recurso visual que também pode ser utilizado no contexto escolar para o professor explicar qual será a próxima atividade a ser cumprida e assim a criança já ir se preparando.

Feito com papel cartão, durex colorido e fotos do google e fotos reais da rotina da criança.


Percebo que explicando e não sendo impulsivo na hora de tomar atitudes pode resultar em uma maior aceitação da criança com autismo.

Abraços,
Sabrina

segunda-feira, 18 de março de 2013

Noção Corporal por que trabalhar durante a psicoterapia

Sabemos que uma criança com autismo tem dificuldades na comunicação verbal e não-verbal (gestos e expressões), uma das maiores dificuldades que percebo nos anos de convivência de famílias com pessoas com autismo, é que devido esta dificuldade na linguagem a criança não consegue informar o que esta sentindo, exemplo: a criança chora, os pais podem se sentir impotentes por não conseguir ajudar seu filho e entender o que esta acontecendo naquele momento, podendo ser dor física ou uma emoção forte (feliz, bravo ou triste) com alguma coisa que aconteceu.
 
Uma das primeiras atitudes que devemos ter é calma para auxiliar uma criança com ou sem autismo, pois somos o modelo de referência para aquele indivíduo, queremos ser o modelo de calma, assim podemos utilizar recursos para ajudá-los.
 
Quando suspeitamos de dor, a ansiedade pode ser maior para lidar com a situação, então como profissional gostaria de sugerir uma idéia para trabalhar com a criança noção corporal, pois sabendo as partes do corpo, a chance da criança mostrar onde está a dor é bem maior.
 
Pensando em uma criança que gosta do personagem da turma da Mônica, elaborei este material, que pode ser feito de vários tamanhos e jeitos, com outro personagem.
 



 
Para fazer utilizei cartolina, impressões da internet, papel contact e velcro adesivo.
 
 
Eesta habilidade pode ser trabalhada de outras formas, use a sua criatividade, use músicas, recurso do espelho, fantasias, na hora de tomar banho nomei o que esta sendo lavado e/ou secado, para que a criança vá se apropriando e internalizando estas informações, acredite no potencial de sua criança.
 
Abraços
Sabrina Gomes
 
 

Material para trabalhar discriminação de cores

Bom dia pessoal!

Segunda-Feira chuvosa, bom dia para preparar e pensar em atividades para os pequenos.

Hoje como sugestão para pais e profissionais (psicoterapeutas e pedagogos), vou colocar a foto de um jogo que me emprestaram na escola para trabalhar discriminação de cores.

Para os pequenos que gostam de galinha pintadinha, podemos ampliar com outros personagens.

Na terapia ABA - uma forma diferente de parear cores
No programa son rise - uma forma de solicitação com meta acadêmica


 
 Acredito que este jogo não é muito caro, podemos confeccionar em casa utilizando nossa impressora e plastificar com contact e dar asas a nossa imaginação utilizando o personagem que seu filho, paciente ou aluno com autismo gostem. 

Abraços.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Tratamentos para ajudar no desenvolvimento de crianças com autismo

Ao receber o diagnóstico de autismo em seu filho(a), é importante que os familiares busquem se informar sobre os tratamentos e aquele que melhor atende as demandas de sua criança.

A ciência ainda não descobriu a causa do autismo, porém vale relembrar que a crença da mãe geladeira foi extinta a muito tempo.

Estudos apontam indícios, biológicos, neurológicos entre outros,  mas nenhuma hipótese isolada esta confirmada, por isso a importância de um tratamento multiprofissional, para que todas as demandas prejudicadas sejam trabalhadas podendo ajudar no desenvolvimento da criança. 

Profissionais que podem ajudar: Psicólogo, Médico, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo, Pedagogo, Nutricionista, Terapeuta Ocupacional, Educador Físico, entre outros. 

Os tipos de tratamentos conhecidos para ajudar as pessoas com autismo:



  • Son-Rise


No início dos anos 70, o casal Barry e Samahria Kaufman, fundadores do Programa Son-Rise®, ouviram dos especialistas que não havia esperança de recuperação para seu filho Raun, diagnosticado com autismo severo e um QI abaixo de 40. Decidiram porém acreditar na ilimitada capacidade humana para a cura e o crescimento, e puseram-se à procura de uma maneira de aproximar-se de Raun. Foi a partir da experimentação intuitiva e amorosa com Raun, há cerca de 30 anos atrás, que eles desenvolveram o Programa Son-Rise. Raun se recuperou de seu autismo após 3 anos e meio de trabalho intensivo com seus pais. Ele continuou a se desenvolver de maneira típica, cursou uma universidade altamente conceituada e agora é o CEO do Autism Treatment Center of América, fundado por seus pais em Massachusetts, nos EUA. Desde a recuperação de Raun, milhares de crianças utilizando o Programa Son-Rise têm se desenvolvido muito além das expectativas convencionais, algumas delas apresentado completa recuperação.

O Programa Son-Rise é centrado na criança (ou no adulto com autismo). Isto significa que o tratamento parte do desenvolvimento inicial de uma profunda compreensão e genuína apreciação da criança, de como ela se comporta, interage e se comunica, assim como de seus interesses. O Programa Son-Rise descreve isto como o “ir até o mundo da criança”, buscando fazer a ponte entre o mundo convencional e o mundo desta criança em especial. Com esta atitude, o adulto facilitador vê a criança como um ser único e maravilhoso, não como alguém que precisa “ser consertado”, e pergunta-se “como eu posso me relacionar e me comunicar melhor com essa criança?” Quando a criança sente-se segura e aceita por este adulto, maior é a sua receptividade ao convite para interação que o adulto venha a fazer.


  • ABA - Análise Aplicada do comportamento
O ABA foi desenvolvido pelo Dr. O. I. Lovaas da Universidade da Califórnia do Norte em Los Angeles, sendo umas das terapias mais conhecidas para se trabalhar com os autistas. Consiste em ensinar habilidades dividindo-as em etapas e recompensando as respostas corretas. Esta terapia pode ser usada para corrigir comportamentos e também para ajudar a adquirir novas habilidades. O ABA é utilizado geralmente de 30 a 40 horas por semana individualmente, com a ajuda de um profissional. Esta terapia influenciou muitas outras. 

  • PECS- Picture Exchange Communication System (Comunicação usando trocas de fotos)

A comunicação é uma das muitas áreas afetadas pelo autismo e o PECS é um processo auxiliar no desenvolvimento da linguagem e propõe-se a implementar um "caminho" de comunicação entre o autista e o meio que o cerca. Algumas crianças autistas desenvolvem a chamada linguagem tradicional, entretanto, outras talvez nunca falem, mas poderão utilizar um instrumento preciso para se relacionarem ("falar") com o mundo e expressarem seus anseios e desejos. 
O PECS é esse instrumento fundamental para assessorar e compreender a rotina do autista. Criado há mais de 12 anos pelo Delaware Autistic Program, esse método baseia-se no ABA (Applied Behavior Analysis) e ensina o autista a trocar uma foto por algo que deseja.
  •  Floor time - O modo educacional desenvolvido pelo psiquiatra infantil Stanley Greenspan, o Floor Time funciona como uma terapia que cria a interação entre a criança e o adulto através de brincadeiras, em um desenvolvimento baseado em seqüências.
  • Terapias Suplementares:

      Essas terapias dão suporte a outras e os programas são adaptados às necessidades de cada indivíduo.
        Procure profissionais que demonstrem conhecimentos sobre o autismo e os métodos de trabalhar com eles.
          São elas:
              1) Terapia Ocupacional - para ajudar as atividades diárias de aprendizagem;
                 problemas sensoriais; dificuldades motoras. Nos Estados Unidos da América
                 do Norte os problemas sensoriais são trabalhados, na maioria dos casos,
                 com a assistência de terapeutas ocupacionais.
             
              2) Fonoaudiologia - como suporte para a oralidade, para superar eventuais
                 dislexias iniciar um método de comunicação (nos EUA os fonoaudiólogos dão
                 assistência às crianças autistas com o auxílio do PECS e também através de
                 experiências com interações sensoriais).
             
              3) Terapia Musical - Esse tipo de terapia é muito bem respondido pelos autistas
                  por gostarem de música e sentirem o forte apelo dos sons e dos ritmos. Os
                  objetivos serão diferentes de criança para criança (contato visual, seqüência,  
                  promover a cognição motora, aprendizado, organização, comunicação,
                  socialização, etc.). A música mantém a atenção estimula e utiliza muitas
                  partes do cérebro.
             
              4) Fisioterapia - O autista pode ser beneficiado pela fisioterapia se apresentar
                  problemas com rigidez e/ou fraqueza muscular, atraso nas expectativas
                  físicas como sentar, andar; falta de coordenação motora, dificuldade em se 
                  locomover falta de percepção do espaço, postura anormal, dores 
                  generalizadas, etc.

              5) Eqüoterapia - Trabalho com cavalos focalizando principalmente a 
                  psicomotricidade. O movimento rítmico do cavalo é   
                 usado como terapia e ajuda o autista na interação sensorial possibilitando-lhe 
                 atingir uma melhor adequação entre   
                 suas ações e suas emoções (seu comportamento). 
           
              6) Hidroterapia - Esta terapia também traz muitos benefícios à interação social. 
                  Usa os movimentos, exercícios que são feitos na água. É praticada em 
                  piscina com água temperada (nem muito quente nem muito fria), e estimula 
                  não só o físico, mas o contato social.  


          Site com maiores informações sobre tratamentos: http://www.autimismo.com.br 



          domingo, 3 de março de 2013


          Os primeiros sinais de autismo


          Seis (6) em cada 1.000 crianças pode ser autista. Ninguém sabe o que causa este transtorno, e não há nenhuma cura conhecida, no entanto, a pesquisa indicou que a detecção precoce pode proporcionar um melhor prognóstico para o futuro.


          Diagnosticar o autismo pode ser complicado, pois não existe um teste médico disponível para os médicos realizarem. Muitas vezes, a única maneira de um médico suspeitar que uma criança é autista é através da observações dos seus pais.


          Os primeiros sinais de autismo variam de acordo com a idade e é importante para determinar a detecção precoce de alguém que pode ter autismo. Especialistas dizem que você não pode diagnosticar com precisão uma criança com autismo, até que ele ou ela é pelo menos 3 anos de idade. 


          Há, no entanto, os primeiros sinais de autismo em bebês e crianças pequenas que devem ser monitorados quanto a criança cresce. Estas podem incluir o seguinte:


          - A falta de sorrir aos 6 meses de idade;- Ausência de balbuciar e usando gestos com a idade de 12 meses;- Não estar dizendo todas as palavras em tudo por menos de 16 meses;- Incapaz de dizer frases aos 2 anos de idade;- A perda de habilidades verbais ou social;- Evitar contato com os olhos;- Parecendo não ter conhecimento das pessoas em torno dele ou dela.


          Porque o autismo é tão difícil de diagnosticar, casos não reconhecidos podem se materializar em crianças mais velhas. Desde estágios de desenvolvimento são mais para a frente, muitos pais acham mais fácil reconhecer os primeiros sinais de autismo, uma vez seus filhos atingem a idade de 5 anos. Coisas a observar incluem:


          - A falta de resposta ao seu nome;- Incapacidade de se comunicar quer e deseja;- Atraso competências linguísticas;- Incapacidade de seguir instruções simples;- Intensas ou violentas explosões de raiva;- Hiperatividade e não é coperativo;- Falta de conhecimento para brincar com brinquedos;- Solidão preferido; * Alto nível de independência;- Andando nas pontas dos pés;- A necessidade de seguir padrões repetitivos;- Excessivo apego a um brinquedo.- É importante perceber que qualquer um ou todos os sinais precoces de autismo acima poderia apontar para muitas outras condições médicas, apenas porque uma criança apresenta alguns dos sintomas ou comportamentos autista não significa que eles são necessariamente autista. Se seu filho tem algum destes atributos, converse sobre as suas preocupações com o seu pediatra.



          Tradução e Edição : SA Asperger e correção de termos Sabrina Gomes